Descubra quando é vantagem e quando se torna uma cilada para seu orçamento.
O crédito consignado é apresentado como o herói do crédito no Brasil: juros baixos, liberação rápida e sem consulta ao SPC/Serasa. Para aposentados do INSS, servidores públicos e funcionários de empresas conveniadas, parece a solução perfeita. E, em situações de emergência, pode ser.
Mas por trás dessa fachada de facilidade, existem armadilhas que os bancos e financeiras não revelam. Armadilhas que podem levar ao superendividamento e transformar uma solução temporária em uma dor de cabeça permanente. Aqui, revelamos a verdade.
A Vantagem (A Isca Perfeita)
A lógica é simples: como a parcela é descontada diretamente do seu salário ou benefício antes mesmo de você receber, o risco de inadimplência para o banco é quase zero. Por isso, as taxas de juros são as menores do mercado para crédito pessoal. É uma ferramenta poderosa se usada com sabedoria e para um objetivo claro. O problema é que raramente isso acontece.
As Ciladas (As Verdades que Escondem de Você)
Cilada 1: O Comprometimento Invisível da Renda
A Armadilha: O desconto em folha cria uma falsa sensação de que você não tem aquela dívida. O dinheiro simplesmente "some" antes de chegar à sua conta. Isso leva muitas pessoas a perderem a noção do seu real poder de compra, gastando mais do que deveriam e, quando percebem, estão com a "margem consignável" (o limite de 35-45% da renda que pode ser comprometida) totalmente tomada.
Dica de Ouro do Advogado: Antes de assinar, faça uma simulação manual: pegue seu salário bruto, subtraia o valor da parcela e veja o que realmente sobrará. Esse valor é suficiente para todas as suas despesas? Viver com uma renda permanentemente reduzida é um desafio que muitos subestimam.
Cilada 2: A Reserva de Margem Consignável (RMC) - O Cartão de Crédito Fantasma
A Armadilha: Esta é a cilada mais perigosa e comum. Ao contratar um empréstimo, muitos bancos empurram, sem a devida clareza, um Cartão de Crédito Consignado. Parte da sua margem (geralmente 5%) fica bloqueada para esse cartão, que você muitas vezes nem pediu ou desbloqueou. O banco então realiza um saque do limite desse cartão e deposita na sua conta, como se fosse parte do empréstimo. O problema? Você passa a pagar apenas o valor mínimo dessa fatura, também descontado em folha, em uma dívida que se torna praticamente impagável devido aos juros rotativos.
Dica de Ouro do Advogado: Verifique seu extrato de pagamento. Se houver um desconto identificado como "RMC" ou "Reserva de Margem para Cartão", você provavelmente caiu nesta armadilha. É seu direito exigir o cancelamento do cartão e a readequação da dívida para a modalidade de empréstimo, com juros muito mais baixos.
Cilada 3: O Assédio Interminável e a "Falsa Portabilidade"
A Armadilha: Assim que você contrata um consignado, seus dados parecem entrar em uma lista nacional de "alvos". Você passa a receber dezenas de ligações por dia com ofertas para "refinanciar sua dívida", "trocar de banco" ou fazer a "portabilidade com troco". Muitos desses contatos são, na verdade, golpes para roubar seus dados ou induzi-lo a contratar um novo empréstimo em vez de quitar o antigo.
Dica de Ouro do Advogado: Nunca forneça seus dados pessoais, senhas ou fotos de documentos por telefone ou WhatsApp. A portabilidade de crédito é um direito seu, mas deve ser feita com iniciativa sua junto a um banco de confiança, e não através de uma oferta não solicitada. Desconfie de qualquer promessa de "limpar seu nome" ou "liberar mais dinheiro" facilmente.
Cilada 4: A Dívida "Infinita" do Refinanciamento
A Armadilha: O "Refin" (refinanciamento) é a principal ferramenta dos bancos para manter você preso ao ciclo de endividamento. Funciona assim: você já pagou algumas parcelas, e o banco oferece refinanciar o saldo devedor, voltando ao prazo original (ex: 84 meses) e te liberando um pequeno "troco". Na prática, você pega um novo empréstimo para quitar o anterior, zerando seu progresso e estendendo a dívida por anos a fio.
Dica de Ouro do Advogado: A quitação antecipada com desconto proporcional dos juros é um direito seu. Se tem um dinheiro extra, opte sempre por amortizar ou liquidar sua dívida, em vez de refinanciá-la. Peça ao banco o "boleto para quitação" e veja o quanto você pode economizar.
Ação Recomendada: O crédito consignado pode ser uma ferramenta útil, mas nas mãos erradas, torna-se uma sentença de superendividamento. Se você se identificou com alguma dessas ciladas ou está sendo assediado por financeiras, é hora de agir.
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Resposta Rápida: É a maior armadilha do consignado. Essa cobrança indica que, sem o seu consentimento claro, o banco emitiu um Cartão de Crédito Consignado em seu nome e realizou um saque, transformando parte do seu empréstimo em uma dívida de cartão com juros rotativos.
Como Funciona o Golpe: O banco reserva 5% da sua margem consignável para este cartão fantasma. O valor que você achou que era parte do empréstimo é, na verdade, um saque no cartão. O desconto mensal que aparece no seu benefício é apenas o pagamento mínimo da fatura, o que faz a dívida se tornar praticamente impagável.
O que fazer: Esta é uma prática abusiva e ilegal. Você tem o direito de exigir o cancelamento imediato deste cartão e a conversão da dívida de "cartão de crédito" para "empréstimo consignado", com os juros muito mais baixos da modalidade correta.
Ação Recomendada: Se você identificou a sigla "RMC" ou uma cobrança de cartão de crédito que não reconhece, você está perdendo dinheiro. Clique aqui e saiba como nossa equipe pode cancelar essa cobrança e buscar a devolução dos valores pagos a mais.
Resposta Rápida: Sim, você tem o direito de arrependimento. O Código de Defesa do Consumidor garante um prazo de 7 (sete) dias para cancelar o contrato, a contar da sua assinatura ou do recebimento do valor, caso a contratação tenha sido feita fora do estabelecimento comercial (por telefone, internet ou correspondente bancário).
Como Funcionar: Dentro deste prazo, você deve entrar em contato com a instituição financeira, formalizar o pedido de cancelamento e devolver o valor total que foi depositado em sua conta. O banco não pode cobrar nenhuma multa por isso.
E se o prazo de 7 dias passou? O cancelamento se torna mais complexo. A anulação do contrato só será possível se for comprovada alguma ilegalidade, como fraude, venda casada ou falta de informação clara no momento da contratação.
Ação Recomendada: Se você foi pressionado a contratar ou percebeu que foi enganado, aja rápido. Documente tudo. Se o banco dificultar o cancelamento, procure orientação jurídica imediatamente para garantir seu direito.
Resposta Rápida: A dívida não desaparece, ela apenas muda de formato. O desconto deixa de ser feito em folha e o banco passa a cobrar as parcelas através de boleto bancário, geralmente com juros mais altos, pois a principal garantia (o salário) não existe mais.
O que diz o contrato: A maioria dos contratos de consignado para trabalhadores CLT possui uma cláusula que prevê o que acontece em caso de demissão. Em alguns casos, parte da verba rescisória (até 30%) pode ser usada para abater a dívida.
O Risco: Ignorar os boletos levará à negativação do seu nome no SPC/Serasa e a uma ação de cobrança judicial. Os juros se tornarão muito maiores do que os contratados inicialmente.
Ação Recomendada: Não espere a dívida virar uma bola de neve. Assim que for desligado da empresa, procure o banco para renegociar a dívida. Uma assessoria jurídica pode ajudar a conseguir condições melhores e juros mais justos para o novo formato do contrato.
Resposta Rápida: Portabilidade é a transferência da sua dívida para outro banco que ofereça uma taxa de juros menor. Sim, vale muito a pena se for feita corretamente, pois pode reduzir o valor da sua parcela ou o tempo de quitação.
Como Fazer Corretamente:
Pesquise as taxas de juros em diferentes bancos.
Solicite ao seu banco atual o "Extrato de Saldo Devedor para Portabilidade". Ele é obrigado a fornecer este documento com todas as informações da sua dívida.
Apresente este extrato ao novo banco, que irá quitar sua dívida com o banco antigo e assumir o seu contrato com as novas condições, mais vantajosas.
Cuidado com o "Golpe da Portabilidade com Troco": Desconfie de correspondentes que ligam oferecendo a portabilidade e liberando um valor extra ("troco"). Muitas vezes, eles te induzem a contratar um novo empréstimo em vez de apenas transferir a dívida, aumentando seu endividamento.
Ação Recomendada: A iniciativa da portabilidade deve ser sua. Compare as propostas e o Custo Efetivo Total (CET). Se desconfiar de alguma oferta, consulte um especialista antes de assinar qualquer papel.
Resposta Rápida: Sim, você pode e deve bloquear esse assédio. Existem ferramentas e direitos que te protegem contra essa prática abusiva e incessante de telemarketing.
Ferramentas Gratuitas:
"Não Me Perturbe": Cadastre seu telefone gratuitamente no site "naomeperturbe.com.br". Por lei, as instituições financeiras e de telecomunicações são obrigadas a parar de te ligar com ofertas em até 30 dias.
"Bloqueio de Telemarketing" do Procon: O Procon do seu estado também costuma oferecer um serviço de cadastro para bloqueio de ligações indesejadas.
E se as ligações continuarem? Se mesmo após o cadastro o assédio persistir, anote os números, datas, horários e nomes das empresas. Esta insistência descumpre a lei e pode gerar direito a indenização.
Ação Recomendada: Seu sossego é um direito. Após realizar os bloqueios, se o assédio continuar, guarde as provas. É possível ingressar com uma ação judicial para forçar a parada das ligações e pedir reparação por danos morais devido ao incômodo excessivo.